Economizando cascalho para abastecer a magrela

Segue a dica do dia

Todos sabemos que segurança é fator principal, andando a pé, de bicicleta, carro, moto ou avião. Por isso, nos cercamos de providências que reduzem ou têm o propósito de reduzir o risco de ocorrência de acidentes, cuidados tais como: revisar o carro para viajar, trocar a borracha de freio da bicicleta quando desgastada, usar calçado apropriado para o trabalho, repassando o check list de operação dos aviões... Nas motos isso também não é diferente, a segurança do piloto e outras pessoas que estarão próximas dependem também da manutenção adequada dos itens de segurança na prática de esportes, e também na utilização das motos para trilhas. Ao longo do nosso deslocamento temporal, faremos o possível em traduzir experiências de pilotos e dicas de pilotagem – Falando nisso, você que tem alguma experiência e ou dicas ou mesmo qualquer forma para contribuir com a prática do esporte, entre em contato, aqui mesmo no Portal Realeza.

A dica de hoje é sobre a transmissão de força da caixa de câmbio para a roda traseira “relação de coroa e pinhão”. São três componentes muito importantes, pois sem um deles é impossível transferir a força do motor para a roda traseira.

-O pinhão
Geralmente construído de aço especial e tratado em processos de têmpera para aumentar sua resistência e durabilidade.

-A coroa
Fabricada de aço 1045: algumas são tratadas, no caso de motos importadas e, a maioria não é tratada, temos até coroas de alumínio, claro, alumínio especial. O motivo de a coroa na maioria das vezes não ser tratada é que, com o seu diâmetro e número de dentes maiores, é bastante lógico que trabalham com menor exigência mecânica que o pinhão, por isso a menor necessidade de aumento da resistência.

-A corrente de transmissão
No meio e em volta está o componente mais exigido do trio; que é a corrente de transmissão. Em testes realizados por nossa equipe, uma corrente de transmissão nova de boa qualidade com regulagem de fábrica que sugere o deslocamento horizontal de 20,00 mm na parte superior do conjunto, com apenas 400 km de trilhas (ou aproximadamente cinco trilhas), apresentou um deslocamento horizontal de até 50,00mm. Isso se deve ao grande esforço dos componentes da corrente, que são eles: pino central, tambor de união do elo (ou “link” em inglês), tambor externo onde acontece o contato entre a coroa e o pinhão e, finalmente, as chapas laterais (ou “ésses”).
A cada ciclo da corrente cada bucha gira em media 45º variando com o tamanho do pinhão. Os menores exigem mais das correntes, isso em velocidades muito altas, pois o movimento é rápido. Além do fato de estar em regime de alto índice de exigência mecânica e estar sob efeito de agentes externos como, impurezas, materiais atritantes como areia, e corrosivos como  água.
Daí é que surge a necessidade de atenção especial deste componente.
Os cuidados podem ser realizados por profissionais ou até mesmo por você – o que é mais indicado – de várias formas, porém, o mais importante é o capricho e atenção ao fazer a revisão de componente da moto antes da trilha.
A lubrificação do conjunto pode ser feita de algumas formas como: graxa que deve ser aplicada com os componentes em movimento para maior homogeneização do produto. O óleo 90 ou 140 também é muito utilizado, porém, possui menos aderência a componentes fixos, como guias e barras deslizantes nas balanças, ou em componente móveis como coroa e pinhão. A força centrifuga tenta jogar o lubrificante fora, o lubrificante sendo mais denso e mais aderente aumenta o tempo de lubrificação atuante.
Agora o mais importante é a substituição da corrente por outra em menos tempo que a maioria dos pilotos realizam.
Vamos por partes:
Como a corrente é o componente mais exigido, é lógico que seu desgaste também é maior, depois de testes realizados, constatamos que em quanto você trocaria o seu conjunto completo de transmissão, esperando ele se desgastar para trocar o conjunto inteiro, trocar a corrente com freqüência, é mais barato e mais seguro.
Como avaliar se a corrente esta desgastada? É mais simples do que parece.

Aqui na foto acima, o ponto inicial de contato e o ponto final.


Na foto acima, o ponto de pressão no teste da corrente
Ao pressionar este setor da corrente com força moderada com uma das mãos,
procure contar quantos elos ou links estão em contato com a coroa. Em um conjunto novo você terá aproximadamente 55% de dentes em contato, que variam de acordo coma a ralação de redução. Daí você poderá avaliar o quanto sua corrente está desgastada. Se ela tiver pontos firmes de contato em apenas 20% dos dentes da coroa, por exemplo, isso significa que a utilização do conjunto está comprometida e a vida útil será mais curta.
Baseando-se no cálculo de uma troca de coroa e pinhão, vamos avaliar o resultado a cada cinco trocas de correntes.
Uma coroa, um pinhão e uma corrente de boa qualidade estão em média, para motos nacionais, no valor de 200 reais - 01 Pinhão 50 reais, - 01 coroa 90 reais, - 01 corrente 60 reais. Se você troca cinco correntes, você gasta 300 reais e economiza cinco casais de cora e pinhão, certo? Na soma você economiza 5 X 140 reais. Uma economia de até 700 reais em talvez um ano, dependendo da freqüência que você faz trilhas.
Mesmo assim, caso você queira aproveitar o conjunto inteiro, vai aqui uma dica: providencie um guia resistente e durável para encaminhar a corrente na coroa, pois sabemos que é muito desagradável uma corrente solta ou soltando em uma trilha. Além de parar toda a tropa e atrasar o almoço ou o café dos outros e o seu mesmo, existe aqui um grande risco à sua segurança, e à de terceiros, que podem ser até seus parceiros de trilhas ou pior, parceiros de outros trilheiros.
Para esclarecimento de dúvidas sobre esta dica, entre em contato com o Portal Realeza.

Renegado Ò_Ó
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BEM VINDO AO MUNDO DAS TRILHAS

Grupo de trilheiros da região de Manhuaçu
(Foto: Renegado Ò_Ó / PR+PT)
Como primeira postagem neste espaço, vamos abordar alguns assuntos que são sempre importantes para todos que se iniciam nas aventuras pelo mundo das trilhas. E para isso, daremos algumas dicas, não para fazer do leitor um piloto de ponta, mas transmitir principalmente aos novatos, experiências objetivas no intuito de facilitar e tornar mais seguras as trilhas em nossa região.
Antes de tudo, um ponto que devemos sempre tornar bastante evidente é o respeito à natureza e aos proprietários de terras, pessoas estas que observam e muitas vezes ajudam os pilotos, fazendo deles imprescindíveis para que seja possível a prática do esporte nos espaços por onde trilhamos.

A interação com o homem do campo é fator principal para o sucesso de uma trilha
(Foto: Renegado Ò_Ó / PR+PT)
Outro ponto é com relação aos equipamentos necessários. Quando alguém me pergunta qual moto comprar para a primeira trilha, a resposta é imediata:
Primeiro você deve procurar no comércio de sua confiança equipamentos de segurança pessoal de boa qualidade e que na maioria das vezes não são muito mais caros que os de qualidade inferiores, e daí sim, procurar por uma moto que lhe ofereça confiança e segurança. Em vários casos, é aconselhável adquirir uma moto que na maioria são utilizadas on road, ou na estrada, e transformá-las em motos off road, trocando alguns componentes e removendo outros, e o mais importante é a revisão de itens de segurança como freios pneus e amortecedores.
Nas fotos abaixo, o leitor poderá perceber uma alteração que eu fiz em minha off road CR 230, tornando-a excelente para os terrenos acidentados de nossa região.

(Foto: Renegado Ò_Ó / PR+PT)
Nos dias atuais os modelos on road mais procurados para transformação, são modelos como a XR 200, XR 250, DT 200 e etc. Há também os modelos off road que já existiam no mercado antes de 2007 que eram importados e também modelos nacionais a partir de 2007 como a CRF 230 Honda e a TTR 230 da YAMAHA. Recentemente recebemos a notícia que o mercado off road no Brasil terá também uma moto para concorrer com as últimas lançadas no nosso mercado, que será a MRX 230 cc, que promete ser lançada com preços bem mais competitivos, e poderá ser documentada com o DPVAT, pois possuirá todos os itens de fábrica exigidos para licenciamento.

Vamos então aos equipamentos mais importantes:
*Bota
*Joelheira
*Calça
*Cinta
*Camisa
*Cotoveleira
*Luva
*Colete
*Capacete
*Óculos
*Mochila de hidratação

 

De posse de sua moto adaptada e bem revisada, ou de sua moto com DNA off road pronta para encarar obstáculos de grande desgaste, vamos às dicas de segurança e conduta de um bom trilheiro:
• Jamais faça trilha sem parceiro, pois caso ocorra um acidente você poderá ter problemas sozinho.

• Procure transportar a água dentro da mochila de hidratação, perto do ponto de congelamento, e não congelada, pois congelada ela poderá causar ferimentos em caso de queda, também pode estourar a bolsa de água devido ao congelamento.

• Nunca ande com vontade de urinar, pare em intervalos suficientes para esvaziar a bexiga, em caso de impacto pode ocorrer rompimento da parede da bexiga se ela estiver cheia.

• Procure se manter hidratado e bem alimentado para a prática dos esportes que exigem esforços constantes e ao mesmo tempo explosivos, se necessário procure orientação de especialistas nutricionais.

• Quando tiver duvidas de como transpor um obstáculo, espere alguém de mais experiência passar e observe com atenção qual a técnica utilizada. Afinal ninguém nasceu sabendo.

• Procure observar pilotos mais técnicos e aprender as manobras de pés e mãos junto com o corpo e a moto nas manobras ou transposições de obstáculos .

• Quando sentir que não conseguirá transpor os obstáculos lembre-se que o seu parceiro de trilas mais experiente poderá te ajudar e lhe dar dicas valiosas, pergunte, ou peça ajuda.

• Procure levar ferramentas para pequenos reparos, a ferramenta mais indicada é um alicate de pressão de boa qualidade, que poderá ser utilizado em porcas e parafusos bem como substituir pedais de freio, de marchas e até mesmo manetes de comando quebrados, e etc.

• Nunca acelere em locais de risco, em rodovias ou estradas tente andar na mão de direção e reduza em curvas ou onde não há visibilidade suficiente.

• Caso seja assaltado, nunca reaja. Bandidos não agem sozinhos, daí o adjetivo derivado de “bandos”, não compre motos de procedência duvidosa, pois você pode ser enquadrado como um deles. Tente não comprar motos roubadas para não ser você uma próxima vítima.

• Quando precisar de informações , dirija-se aos habitantes da região com cordialidade e educação, tire o capacete para gerar mais confiança e credibilidade, evite enrolar o cabo em ruas e condomínios, ande sempre no acostamento e em pé na pedaleira, mantenha se possível lanternas e faróis em funcionamento, indique levantando o braço esquerdo aos que vem atrás, que há obstáculos a frente, procure sinalizar para adultos e crianças, pois para eles, pode ser um evento a nossa passagem, educação nunca é demais.
Os 11 mandamentos dos trilheiros:

01- Nunca cortar cercas, árvores nativas, ou deixe porteiras e tronqueiras abertas;

02- Não atropelar animais silvestres ou animais domésticos;

03- Não desrespeitar os moradores de sítios, povoados, fazendas e transeuntes;

04- Não poluir o meio ambiente;

05- Não recuar no primeiro obstáculo;

06- Não descumprir leis de transito;

07- Não abandonar iniciantes ou trilheiros que não conheçam a trilha;

08- Não abandonar o último piloto, com problemas;

09- Não transitar onde não for permitido pelo proprietário;

10- Não descuidar dos equipamentos de segurança e da manutenção da moto;

11- Não desobedecer os dez mandamentos dos trilheiros (Piada do dia).

De posse destas informações, o interessado estará apto a se tornar mais um amante e praticante das trilhas. Seja bem vindo ao nosso estilo de vida.


Renegado Ò_Ó  -  Consultor do site

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